BACKGROUND
A pera está entre os frutos mais consumidos a nível mundial e a pera Rocha entre os produtos agrícolas mais exportados por Portugal. No entanto, mais de 50% da produção pode ser perdida todos os anos devido a três agentes patogénicos principais: Stemphylium vesicarium, Rosellinia necatrix (ambos fungos) e Erwinia amylovora (bactéria). O controlo destes agentes patogénicos implica frequentemente aplicações preventivas de fungicidas. Como tal, ferramentas que permitam aos produtores prever o risco de infeção mais cedo e de forma mais rigorosa podem ajudá-los a evitar a perda de colheitas, ao mesmo tempo reduzindo a aplicação de tratamentos, com benefícios económicos e ambientais.
O projeto “DIMAP: A digital ecosystem for integrated disease management in pear orchards” (“Um ecossistema digital para a gestão integrada de doenças em pomares de pera”) nasceu em 2021 com o objetivo de construir um consórcio e uma rede para desenvolver estas soluções.
SINOPSE
Tal como acontece com a maioria dos produtos agrícolas, as pragas e doenças geram elevados prejuízos económicos para os produtores de pera, através da perda da produção e dos custos associados à gestão das doenças (Tabela 1). O Stemphylium vesicarium, a Rosellinia necatrix e a Erwinia amylovora são os agentes etiológicos da estenfiliose, da podridão radicular e do fogo bacteriano (respetivamente). Estas doenças podem conduzir à perda da produção frutícola, e à morbidade ou mortalidade das árvores. Embora alguns fatores promotores destas doenças sejam comuns, existe também uma variabilidade substancial entre agentes patogénicos no que toca aos sintomas provocados e aos fatores que contribuem para a infeção (ex.: condições meteorológicas ou a disponibilidade de vetores da doença, entre outros).
Tabela 1
Como tal, um sistema de deteção precoce (anterior aos sintomas visíveis) de cada uma das três doenças tem de ser capaz de integrar dados de múltiplas fontes. O DIMAP foi criado a pensar no desenvolvimento de um sistema com estas caracterísiticas e foi financiado através do projeto SmartAgriHubs, financiado pelo programa europeu Horizonte 2020, através do concurso PREPARE, que apoiou projetos nas fases iniciais de desenvolvimento para a criação de um consórcio e a preparação de um plano de projeto.
Além do InnovPlantProtect (InPP), o DIMAP conta com os seguintes parceiros:
Produtores e Associações de Produtores:
- APAS: Associação dos Produtores Agrícolas da Sobrena
- ANP: Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha
- FNOP: Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas
- O Melro
Centros de Competências e Instituições Privadas de I&D:
- COTHN: Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional
- SFCoLab: Smart Farm CoLAB
- “Rocha” Center: Centro de Pós-colheita e Tecnologia
Instituições Académicas:
Pequenas e Médias Empresas:
- Biome Makers (Espanha/ EUA)
- TerraPro
OBJETIVOS
Os principais propósitos do projeto são:
- identificar sinergias entre os parceiros;
- identificar as abordagens tecnológicas mais promissoras para a deteção precoce de doenças;
- definir os algoritmos de aprendizagem de máquina/ inteligência artificial mais adequados para integrar as diferentes fontes de dados e conceber a estrutura destes algoritmos;
- identificar pomares a serem amostrados para treinar, testar e validar os modelos de previsão das doenças.
ATIVIDADES
De forma a atingir os objetivos do projeto, o DIMAP está estrutrado com as seguintes fases:
- Revisão do estado da arte e criação de relatórios de transferência de tecnologia, com informação sobre:
1.1. Cada um dos agentes patogénicos, seguindo uma estrutura semelhante aos cartões de pesquisa de pragas da EFSA (relatórios disponíveis para: fogo bacteriano, estenfiliose e podridão radicular);
1.2. As tecnologias disponíveis para deteção precoce e mapeamento de risco. - Realização de um workshop com todos os parceiros, para debater a informação sobre as doenças e as tecnologias passíveis de serem utilizadas para detetá-las, utilizando como base os relatórios previamente indicados (realizado em Elvas, a 2 e 3 de dezembro de 2021).
- Testes de tecnologias em pequena escala. Os resultados do workshop serão utilizados para identificar tecnologias destinadas a serem submetidas a testagem de pequena escala, com o intuito de identificar as mais promissoras para inclusão numa proposta de larga escala.
- Preparação de um projeto. O objetivo final do PREPARE é dar origem a uma versão preliminar de uma proposta de projeto que possa ser submetida a financiamento.
ORGANIZAÇÕES ENVOLVIDAS
FINANCIAMENTO