BACKGROUND
A amendoeira (Prunus dulcis), típica de regiões mediterrânicas, apresenta uma grande importância económica, ambiental, cultural e social em Portugal, chegando mesmo a ser caracterizadora da paisagem e uma das principais fontes de rendimento em algumas das regiões do país. O Alentejo é atualmente responsável por cerca de 70% da produção nacional de amêndoa, prevendo-se uma tendência crescente no futuro.
A cultura da amendoeira é afetada por inúmeros agentes patogénicos e muitos têm estado tradicionalmente associados à mesma. No entanto, mais recentemente, têm sido detetados novos agentes causadores de doenças ainda desconhecidas nesta cultura, que se pensa que possam ter o potencial de originar elevadas quebras de produção e a morte precoce das plantas.
Assim, torna-se fundamental o estudo destas novas doenças que afetam o amendoal, principalmente pelo facto de terem surgido, nos últimos anos, grandes áreas de amendoal, especialmente no Alentejo, onde outras culturas predominavam.
Para além disso, é expectável que haja um crescimento da pressão social e política para que a produção agrícola se torne cada vez mais sustentável, com redução das quantidades e tipos de fitofármacos que podem ser utilizados, o que já está presente na estratégia “farm-to-fork” da União Europeia, que requer uma redução de 50% da aplicação de pesticidas até 2030.
SINOPSE
O projeto AlmondProtect – Diagnóstico, epidemiologia, monitorização e previsão das principais doenças que afetam o amendoal: Uma proposta sustentável e integrada liderado pelo MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, em parceria com o InnovPlantProtect (InPP), a Agromillora Iberia, a Duck River Agriculture e a Portugal Nuts – Associação de Promoção de Frutos Secos, é um dos vencedores da 5ª edição do Programa Promove da Fundação “la Caixa”, em colaboração com o Banco BPI e Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), na categoria de projetos I&D Mobilizadores.
O projeto AlmondProtect pretende contribuir para reduzir o nível de incidência das doenças e as perdas nas diversas fases de produção, desde o viveiro, passando pelos pomares comerciais, até à fase de pós-colheita.
Para tal, o projeto tem como objetivo aumentar o conhecimento dos agentes patogénicos associados à cultura, em especial na região do Alentejo, desenhar modelos de monitorização, previsão e deteção precoce das principais doenças da amendoeira, contribuindo para evitar perdas de produção e intervenções desnecessárias com produtos fitofarmacêuticos, para uma maior produção e rendimento e uma agricultura mais competitiva e sustentável.
Os principais beneficiários do projeto serão todos os ‘stakeholders’, empresas agrícolas e agricultores particulares, incluindo produtores e viveiristas. O projeto pretende ajudar a garantir que as plantas que chegam ao campo estão sãs e apresentam uma elevada qualidade, evitando perdas de produção no início do ciclo da cultura por morte precoce das plantas, que será fundamental para viveiristas e produtores. Além disso, os produtores poderão estar melhor preparados para novas ameaças, visto que possuem uma deteção precoce das doenças. Assim, será possível melhorar a gestão da aplicação de fitofármacos e implementar práticas que minimizem os riscos de infeção.
No AlmondProtect, o InnovPlantProtect (InPP) será responsável por utilizar a vigilância genómica para a detecção precoce de doenças através da captura e análise de esporos de fungos no campo e por desenvolver um protocolo para instalar biopesticidas em amendoeiras.
Em sinergia com outros projectos, a decorrer no InPP, o AlmondProtect permitirá ao laboratório colaborativo continuar a desenvolver soluções inovadoras para a proteção direcionada de culturas como o amendoal, contando com investigadores especialistas em diversas áreas (ex.: microbiologia, fisiologia vegetal, bioinformática e estatística).
OBJETIVOS
1. Identificar e caracterizar os agentes causadores das doenças em plantas e frutos de amendoeiras sintomáticas (i.e., que apresentam sintomas) e da sua origem.
2. Desenvolver métodos de diagnóstico e monitorização, em todas as fases de produção, da distribuição espacial e da progressão das doenças, através da deteção precoce de sintomas, recorrendo a tecnologias inovadoras.
3. Criar modelos de previsão das doenças, utilizando os dados de monitorização e a captura e análise de esporos no campo, em alturas chave da ocorrência das doenças, bem como a avaliação de carga de inóculo do ano anterior.
4. Obter um protocolo que permita instalar biopesticidas em amendoeiras.
ORGANIZAÇÕES ENVOLVIDAS
FINANCIAMENTO