Pragas e Doenças de Quarentena

Trioza eritreae

Também conhecida como psila africana dos citrinos, a Trioza erytreae é um inseto picador-sugador que provoca estragos diretos consideráveis nos citrinos e outros hospedeiros ornamentais e é vetor da doença Huanglongbing (ou citrus greening), considerada como a mais grave a nível mundial para estas espécies vegetais. Esta doença é causada pela bactéria Candidatus liberibacter africanus, ainda não presente no território europeu.

Em África e no Medio Oriente, a T. erytreae transmite este agente patogénico de forma direta e sob condições naturais, no entanto, já foi demonstrado em laboratório que também tem capacidade para transmitir a sua forma asiática (Candidatus liberibacter asiaticum).

Com presença estabelecida em África e em algumas regiões do Médio Oriente, este inseto listado como praga de quarentena também pode instalar-se e espalhar-se em países mediterrânicos.

Embora a bactéria causadora do citrus greening não tenha sido identificada na Europa, o inseto está presente na Galiza, no litoral norte e centro de Portugal, nas ilhas Canárias e ilha da Madeira. Existindo o vetor em Portugal, a probabilidade da entrada e dispersão do citrus greening é elevada.

A presença de uma praga de quarentena, oficialmente confirmada, numa parte do território na qual anteriormente estava ausente, obriga ao estabelecimento de áreas demarcadas. A lista atualizada de freguesias que constituem a zona demarcada (infestada) e a zona tampão (área envolvente num raio de três quilómetros sem sinais da presença da T. eritreae) pode ser consultada no site da DGAV.

Xylella fastidiosa

Com uma forte capacidade de induzir alterações muitas vezes letais na planta hospedeira, a Xylella fastidiosa é uma das bactérias mais perigosas que ataca culturas economicamente importantes em muitos países. De tal modo que em maio de 2019 a EFSA, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, reforçou os alertas em relação à propagação desta doença que está a devastar olivais em toda a Europa e para qual ainda não existe cura.

A Xylella fastidiosa é especialmente perigosa porque pode permanecer escondida durante períodos diferentes. Nas oliveiras, por exemplo, pode ser um ano ou mais. Por isso é fundamental apostar em investigação que permita controlar, mas também antecipar os surtos.

Em Portugal, o primeiro foco da doença foi registado em Vila Nova de Gaia apenas em janeiro de 2019, mas simulações feitas neste mesmo ano em computador (dados da EFSA) indicam que os países em maior risco são os do sul da Europa.

Detetada pela primeira vez na Europa em 2013, quando um surto surgiu em Apúlia, no sul da Itália, desde então a Xylella fastidiosa tem sido relatada na França (Córsega e Provença-Alpes-Costa Azul), Espanha (Baleares, Valência, Madrid), Itália central (Toscana) e Portugal (Porto).

A bactéria vive no tecido do xilema da planta e é geralmente espalhada por vetores de insetos que se alimentam do xilema da planta. Além da X. fastidiosa, as subespécies mais relatadas são a X. fastidiosa subsp. pauca, a X. fastidiosa subsp. multiplex e a X. fastidiosa subsp. sandyi.