Durante as duas primeiras semanas de junho, a equipa do projeto MoniTREEng realizou uma avaliação exaustiva das árvores dos transetos. A equipa aplicou o mesmo protocolo a todas as árvores inventariadas selecionadas (240 árvores em Castelo de Vide, 712 árvores em Avis e 336 árvores em Almeida), mas com dados menos detalhados. O objetivo principal foi obter uma compreensão exaustiva do estado atual de saúde das populações de carvalhos nestas áreas de estudo, examinando meticulosamente as condições de saúde e identificando quaisquer problemas fitossanitários potenciais.
O procedimento de avaliação envolveu principalmente a identificação visual de pragas e doenças, com foco na avaliação da copa e do tronco dos carvalhos. A equipa recolheu também amostras para serem posteriormente analisadas em laboratório.
Indicadores-chave de fatores de stress, deficiências nutricionais, pragas ou doenças foram selecionados para a inspeção visual: por exemplo, na copa foi avaliado o grau de desfolha, a presença de galhos mortos e má poda, e sintomas como amarelecimento, escurecimento e morte.
No que diz respeito à avaliação do tronco foi realizado um exame minucioso de cancro, feridas na casca e necrose vascular, uma vez que a sua presença poderia indicar uma fraqueza no tronco e fornecer pontos de entrada para agentes patogénicos. Da mesma forma, a presença de cancro hemorrágico, caracterizado pela exsudação, isto é, a libertação de seiva ou resina, foi cuidadosamente anotada, pois indicava uma resposta à infeção ou a presença de pragas ou doenças. Além disso, quaisquer buracos ou geadas observadas causadas por insetos no tronco também foram documentados como sinais da presença potencial de pragas prejudiciais.
Os dados recolhidos no âmbito deste projeto contribuirão para o desenvolvimento de uma extensa base de dados de árvores, facilitando a criação de modelos e classificações precisas que distinguem árvores saudáveis daquelas em estado de stress.



Paralelamente à avaliação fitossanitária, ao longo dos transetos estudados foi avaliada a regeneração natural do carvalho com base numa metodologia de varrimento linear, uma metologia que consistiu em colocar um rectângulo de 1,5 metros à esquerda e à direita da linha do transeto e contar todas as plântulas jovens de carvalho com altura inferior a 2 metros. As plântulas foram classificadas de acordo com o respetivo tamanho, fornecendo informações valiosas sobre os diferentes estágios de crescimento.
Além disso, a equipa registou também as plântulas mortas e algumas amostras foram recolhidas para análise das causas da sua mortalidade em laboratório. Tendo em conta a crescente preocupação com o impacto da desertificação nas regiões semi-áridas do interior de Portugal serão adicionados à base de dados, dados meteorológicos e de gestão do território para compreender melhor os fatores que influenciam a sobrevivência e o desenvolvimento das plantas jovens, bem como a saúde das árvores adultas.


