132 instituições científicas pedem à UE que altere política sobre edição do genoma

Créditos da imagem: Meletios Verras

Numa carta aberta de julho de 2020, os 132 institutos e associações de investigação que fazem parte da rede Agricultura Sustentável na Europa através da Edição do Genoma (EU-SAGE) instaram o Conselho Europeu, o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia a reconsiderar a sua posição sobre a edição de genes.

No documento enviado ao CE, ao PE e à CE, a rede Agricultura Sustentável na Europa através da Edição do Genoma (EU-SAGE) sublinhou que a edição do genoma é uma ferramentas crucial para atingir alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Num comunicado à imprensa, os membros da EU-SAGE afirmam “o desenvolvimento de novas variedades de culturas precisa de tecnologias seguras, fáceis e rápidas” e que “a mais recente é a edição do genoma através do sistema CRISPR”.

Mas, apesar da segurança, eficácia e rapidez na obtenção de resultados, a utilização de tecnologias CRISPR sofreu um grande revés na Europa com a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, em 25 de julho de 2018, que colocou a edição do genoma no mesmo pacote de leis que regulamentam os organismos geneticamente modificados (OGM). Os autores da carta aberta dizem que esta decisão não faz sentido, até porque a edição do genoma não envolve a inserção de DNA externo, ao contrário do que sucede nos OGM.

Em síntese, o que recomendam ao Conselho Europeu, ao Parlamento Europeu e à Comissão Europeia é a revisão da diretiva atual de OGM à luz do conhecimento científico atual e das evidências sobre a edição do genoma; um apoio claro à evidência científica sobre os benefícios da edição do genoma no desenvolvimento de culturas agrícolas; a harmonização do quadro regulamentar europeu com o do resto do mundo; e a criação de uma narrativa para a produção alimentar europeia que inclua a importância de abordagens inovadoras e mais eficientes ao longo da cadeia de valor.

Mais informações no comunicado à imprensa e na carta aberta.

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