Fusariose: Descoberto gene que permite desenvolver trigo resistente a fungo altamente destruidor

À esquerda, uma linha de trigo infetada pelo fungo Fusarium graminearum; à direita, uma linha de trigo saudáve. Créditos da imagem: Guihua Bai / ARS.

Investigadores da Universidade Agrícola de Shandon, na China, e do Serviço de Investigação Agrícola, nos EUA, descobriram um gene – chamado Fhb7 – que pode ser usado para desenvolver variedades de trigo mais resistentes à Fusariose, uma grande ameaça para as colheitas de trigo em todo o mundo.

A descoberta e a clonagem do gene Fhb7 é um grande avanço no controlo da doença e para continuar a garantir o fornecimento global de trigo. Provocada pelo fungo patogénico Fusarium graminearum, que se instala nas sementes, a Fusariose é responsável por significativas perdas nas colheitas de trigo, sobretudo na Europa, nos Estados Unidos, na China, no Canadá, e em muitos outros países. Além do trigo, também ataca cereais como a cevada e a aveia.

Quando o patogénico cresce sem controlo nos grãos infectados, liberta micotoxinas que podem induzir vómitos nos seres humanos, além de perda de peso nos animais que se recusam a comer os grãos. Mais: a prevalência e a gravidade dos surtos de Fusariose também podem ser potencialmente exacerbadas pelas alterações climáticas e pela tendência crescente de aumentar a produção de milho e o plantio direto, porque isso, alertam os cientistas, pode levar a uma maior prevalência do patogénico nos campos agrícolas.

Para reduzir os danos causados ​​pela Fusariose, os produtores usam geralmente fungicidas. Mas se os autores deste estudo estiverem certos ao afirmarem que “o gene Fhb7 reduz efetivamente o ataque do fungo, desintoxicando as micotoxinas secretadas pelo patogénico”, melhores dias virão para a produção mundial não só de trigo como também de cevada e aveia.

Segundo os investigadores, este estudo lança uma nova luz sobre os mecanismos moleculares que podem tornar o trigo, a cevada e a aveia resistentes ao patogénico que causa a Fusariose. Os autores do estudo esperam que novas variedades de trigo com melhor resistência à doença, usando o Fhb7, estejam disponíveis daqui a alguns anos.

Para mais informações, leia o artigo científico publicado no dia 10 de abril na revista Science e USDA ARS.

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